Em menos de 2 meses, duas aeronaves caem em SC e deixam quatro mortos

Cinquenta e cinco dias marcam a diferença entre a queda de um avião bimotor de pequeno porte e de um girocóptero em Santa Catarina. As tragédias resultaram na morte de quatro pessoas.

O primeiro acidente ocorreu em 3 de junho deste ano. Um avião modelo Baron 95-B55 caiu próximo à SC-416, em Itapoá. O piloto Geraldo Claudio de Assis Lima e o empresário Antônio Augusto Castro morreram no local.

A aeronave havia decolado de Governador Valadares, em Minas Gerais, com destino a Florianópolis. Porém, apresentou problemas e tentou um pouso de emergência no Aeroporto de Joinville.

O Aeroporto de Joinville afirmou na época que a aeronave não tinha pouso programado. O piloto tentou arremeter para salvar a tripulação, mas a aeronave acabou caindo. A causa do acidente ainda é desconhecida.

Girocóptero cai e pega fogo em SC

O segundo acidente aéreo ocorreu nesse domingo (28) e envolveu uma aeronave, conhecida como girocóptero. O modelo, utilizado para recreação e com espaço para duas pessoas, caiu na rua Grécia, no bairro Ubatuba, e pegou fogo.

Dentro da aeronave, estavam os amigos Eliseu Hupalovski, de 60 anos, e  Rogério Jair Raulino, de 55 anos. Eliseu era o piloto responsavel pelo voo e morava em Curitiba (PR). Ele vinha com frequência à Santa Catarina para ensinar novos profissionais da área.

O caso será investigado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para identificar a possível causa do acidente. Segundo testemunhas, no momento da queda, a região registrava neblina, condição que limita o teto de voo de aeronaves.

Quem eram as vítimas?

Natural de Curitiba, Eliseu Hupalovski, de 60 anos, era considerado um aviador experiente. “A gente ainda não sabe o que aconteceu, mas ele era conhecedor da máquina. Foi uma fatalidade, uma tristeza para nós pilotos”, disse o amigo empresário Valtair Furquim de Campos.

O passageiro Rogério Jair Raulino era morador de Brusque, no Vale do Itajaí, e filiado a Associação de Pilotos de Aeronaves Leves. Ele foi formado pelo amigo Eliseu e fazia voos de instrução na região.

Acidente com monomotor

O piloto Geraldo Claudio de Assis Lima, de 66 anos, e o empresário Antônio Augusto Castro, de 52 anos, também foram vítimas de um outro acidente aéreo em junho na região.

Morador de Governador Valadares (MG), Castro havia adquirido a aeronave há poucos dias, quando houve o acidente. Segundo o irmão, ele faria uma vistoria técnica de rotina em uma das obras tocadas por sua empresa.

Antônio tinha 52 anos e era engenheiro civil formado pela Univale (Universidade do Vale do Rio Doce). Ele trabalhou por 25 anos na Odebrecht, onde chegou ao cargo de diretor de Energia na regional de Minas Gerais.

Há dois anos, o engenheiro fundou a própria construtora, com sede na cidade onde morava. Segundo a família, Guto conduzia obras por todo o Brasil e, por isso, decidiu comprar um avião para abreviar o tempo nos deslocamentos.