

Polícia Civil faz operação no Morro do Horácio após tentativa de assalto contra delegado-geral Ulisses Gabriel – Foto: Daiane Nora/ND
O episódio envolvendo a abordagem ao delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, no Morro do Horácio, escancara algumas verdades acerca da região e de parte do crime organizado, em Florianópolis.
Todo cidadão que vive na Capital sabe que o trecho da rua Antônio Carlos Ferreira que conecta o bairro Agronômica ao Morro da Cruz tem suas próprias regras. Ali o comércio de drogas acontece na rua, faça chuva ou sol, faça frio ou calor.
Quem manda são os “donos” do morro e são eles que estipulam as regras. Basta subir o morro, sentido Beira-Mar até o Morro da Cruz, que as regras como “baixar o farol” e “baixar o vidro” estão pichadas na parede.
Como o veículo à paisana da polícia, ocupado pelo delegado-geral não cumpriu essa regra, foi abordado por “olheiros”.
O desfecho da história, com tiros disparados pelo delegado e a operação da Polícia Civil, restou como consequência da abordagem.
Relação com racha na facção
Em entrevista concedida ao repórter Felipe Kreusch, da NDTV, o delegado Ulisses Gabriel desconversou sobre o tema.
Mas é de ciência da estrutura do Governo de Santa Catarina que existe um racha na facção que comanda, entre dezenas de pontos da Grande Florianópolis, o Morro do Horácio.

Foto mostra delegado-geral da PCSC, Ulisses Gabriel – Foto: Secom/Divulgação/ND
O portal ND+, em matéria assinada pela repórter Vivian Leal, revelou no começo da semana detalhes desse racha que aumentou a tensão e o temor para uma “guerra” entre faccionados em meio a acusações de traição entre os próprios criminosos.
Essa disputa aumentou a tensão nas ruas e fez com que governo, em movimentação interna, emitisse um alerta para que as pessoas evitem “áreas quentes”, se referindo aos locais da Grande Florianópolis conflagrados pelo tráfico de drogas.
Há uma “bomba” prestes a explodir. E o episódio desta quarta-feira mostra que uma “faísca” é suficiente para que isso aconteça.