Debate em Joinville mostra estratégia de Sargento Lima e Carlito para garantir segundo turno

O debate em Joinville, promovido pelo Grupo ND no portal ND Mais entre os candidatos a prefeito, trouxe a polarização nacional para o ringue da disputa no maior colégio eleitoral de Santa Catarina. A estratégia de Sargento Lima (PL) e Carlito Merss (PT) é apostar na vinculação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Lula (PT) para ampliar eleitoirado e forçar segundo turno com o prefeito Adriano Silva (Novo).

Debate em Joinville reuniu candidatos a prefeito

Candidatos a prefeito aguardam o chamado para os duelos no debate em Joinville. Encontro ficou marcado pela disputa entre PT e PL – Foto: Richard Vieira, ND

Alvo natural por ser considerado favorito na disputa, o prefeito muitas vezes acabou poupado nos confrontos pelos embates entre Sargento Lima (PL) e Carlito Merss (PT) em torno dos legados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o do presidente Lula (PT) em Joinville.

Logo no início do debate, uma cena deixou claro o desejo de ambas as candidaturas de trazer o debate entre esquerda e direita para o ringue municipal. Ao escolher para quem fazer a pergunta, Sargento Lima escolheu Carlito – as câmeras registraram o petista esfregando as mãos com a oportunidade.

A disputa Bolsonaro-Lula não apareceu neste momento: a intenção de Sargento Lima era evidenciar a parceria com o governador Jorginho Mello (PL) e uma reunião que teria viabilizado parceria privada para a duplicação da rua Dona Francisca.

Carlito Merss, ex-prefeito, respondeu que se tratava de obra estadual e que seria parceiro do governador, mesmo com diferenças políticas. Usou a tréplica, no entanto, para provocar o candidato do PL, perguntando se ele também seria parceiro de Lula em obras para Joinville.

Carlito chamou Sargento Lima no bloco seguinte, quando perguntou explicitamente o que Bolsonaro trouxe para Joinville durante seu mandato presidencial. Na resposta, o candidato do PL citou recursos enviados para a saúde durante a pandemia.

Polarização no debate em Joinville poupou Adriano Silva

A polarização nacional em pauta fez com que, muitas vezes, o prefeito Adriano Silva e sua gestão ficassem em segundo plano. Mesmo quando foi chamado por Lima para responder, a crítica foi política. Lima se apresentou como o candidato de Bolsonaro e criticou as alianças dos adversários, segundo ele com partidos responsáveis pela derrota do ex-presidente.

No confronto com Carlito, Adriano defendeu o modelo de gestão por organização social para o Hospital São José – chamado pelo petista de “privatização”. Os momentos mais duros travados pelo atual prefeito acabaram sendo com Rodrigo Bornholdt (PDT), que o acusa de utilizar indevidamente recursos da educação no município.

A figura de outsider no debate acabou ficando com Luis Cláudio Gubert, estreante em eleições e representante do tradicional MDB. Mais de uma vez ele caiu na risada nos embates com os adversários. Fez questão de lembrar antigas gestões do partido na cidades, especialmente de Luiz Henrique da Silveira.

O que ficou claro no debate realizado pelo ND Mais é a aposta clara de Sargento Lima e de Carlito Merss nas lideranças nacionais do segundo turno para aumentar a base de votos e forçar um segundo turno na cidade. No primeiro turno presidencial de 2022, Bolsonaro obteve 69% dos votos dos joinvilenses, enquanto Lula alcançou 21%. É com eles que Lima e Carlito falam no debate.

Adriano Silva foca nos resultados da atual gestão e na figura do empresário que migrou para a política, buscando atrelar sua votação à avaliação do governo. Resta saber se conseguirá manter a eleição joinvilense desvinculada da polarização nacional

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