Câmeras corporais são retiradas da PMSC após falhas técnicas; projeto foi pioneiro no país

A PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina) anunciou que, a partir desta segunda-feira (16), as câmeras corporais dos oficiais serão recolhidas e o projeto com os equipamentos será encerrado. A medida, segundo a PM, é porque os aparelhos “não atendem mais à realidade” da corporação. SC foi o primeiro estado brasileiro a implementar o uso das câmeras nas fardas.

Câmeras corporais na cor preta instalada em uniforma da PMSC na cor verde militar

Câmeras utilizadas nas fardas policiais serão recolhidas a partir desta segunda-feira (16) – Foto: Leo Munhoz/Arquivo ND

Câmeras corporais: SC foi o 1º estado do Brasil a instalar equipamento em PMs

A informação foi divulgada pela corporação nesta segunda-feira (16). Conforme a PMSC, a decisão segue o relatório do Estado-Maior-Geral que identificou problemas técnicos nos aparelhos. Os dados são referentes a um balanço com números recolhidos desde 2022 pela DTIC (Diretoria de Tecnologia e Informação e Comunicação), da polícia.

“Devemos evoluir em cada processo. As câmeras corporais são mais um dos equipamentos que o policial militar utiliza no dia a dia. E, por depender da tecnologia, devemos buscar uma solução mais atualizada que possa servir à corporação por mais tempo e com mais eficiência”, explica o coronel e comandante-geral da PM, Aurélio José Pelozato.

Câmeras enfileiradas. Objetos são utilizados em fardas policiais

Projeto com câmeras corporais será encerrado por problemas técnicos, diz PM – Foto: PMSC/Divulgação/ND

“Os aparelhos e o software utilizados pelas atuais câmeras não atendem mais à realidade da PMSC”, completa Pelozato.

Entre os pontos levantados pelo relatório da PMSC, está a dificuldade de realização da manutenção das câmeras por conta da “obsolescência tecnológica”, o que, segundo a corporação, também impossibilita o “pleno funcionamento” do projeto. Veja outros problemas destacados:

  • Fragilidade e vulnerabilidade nos quesitos de segurança;
  • Prejuízos à cadeia de custódia das provas obtidas através das imagens devido às “possibilidades de invasão e adulteração” das cenas capturadas.

A Polícia Militar afirma ainda que a empresa contratada para fazer a manutenção dos equipamentos “não realiza mais o serviço” e, por isso, “muitos aparelhos” ficaram “sem o devido conserto”.

ND Mais não localizou a empresa responsável pela manutenção das câmeras corporais até a última atualização do texto. O espaço segue aberto e a reportagem será atualizada com o posicionamento.

Câmeras corporais na cor preta na farda de policial com roupa marrom

Equipamentos foram instalados em 2019 – Foto: PMSC/Divulgação/ND

PMSC diz que vai estudar novas ‘soluções tecnológicas’

Com a retirada das câmeras corporais, a PMSC afirma que trabalha na elaboração de novas alternativas para garantir o registro das ocorrências em imagens “de forma eficiente”.

“O relatório salienta a questão financeira quanto à manutenção do Projeto, já que o TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), por sua vez, mesmo tendo sido executado de forma correta, obedecendo todos os prazos e critérios, encerrou a participação no âmbito daquele órgão, significando que o aporte financeiro não foi renovado. O atual projeto iniciou em 2019”, diz a PM.

Em 2019, a PM adquiriu 2.425 câmeras para o início do projeto – o primeiro do país a contemplar as guarnições em serviço. A aquisição foi realizada em parceria com o TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina).

Veja o que diz o TJSC:

Em maio de 2018, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) doou R$ 6,2 milhões à Polícia Militar do Estado para a implementação do projeto de câmeras corporais individuais. Desse total, R$ 3,2 milhões foram devolvidos. Esse valor, proveniente de transações penais e penas pecuniárias das comarcas do Estado, permitiu a compra de duas mil câmeras.

A Polícia Militar obteve os recursos após apresentar o projeto ao Conselho Gestor de Penas Pecuniárias do TJSC. Esse foi o único repasse do TJSC à PM para essa finalidade. Vale destacar que o projeto não é de responsabilidade do TJSC, limitando-se à transferência de recursos“, diz o TJSC, em nota.

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