Funcionários da coleta de lixo em Blumenau podem parar serviços se empresa não atender demanda

Os funcionário da coleta de lixo em Blumenau, no Vale do Itajaí, podem paralisar as atividades caso a empresa prestadora do serviço, Racli, não atenda as demandas solicitadas por eles. Nesta terça-feira (17), uma reunião foi realizada junto ao sindicato, que apresentou as reivindicações dos trabalhadores.

Na última quarta-feira (11), os funcionários chegaram a paralisar o serviço em protesto a morte de um dos trabalhadores, que morreu após ser esmagado por um dos caminhões da coleta de lixo.

Em entrevista para a NDTV, Francisco Porrua Junior, presidente do Sinteplu (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Privadas de Limpeza Urbana e Afins) de Santa Catarina, informou que a reunião com a empresa foi tensa e cansativa. A conversa iniciou por volta das 10h30 e ocorreu até às 16h.

“Tentamos passar a pauta para a empresa. Em alguns pontos ela aceitou e concordou em dar uma melhoria para nós. Porém, nas pautas econômicas, a empresa informou que não tem condições de nos atender”, contou.

De acordo com Francisco, foi estabelecido em assembleia o prazo de 72 horas para a empresa avaliar as solicitações dos trabalhadores. Caso contrário, os funcionários da coleta de lixo iniciarão a paralisação dos serviços.

“Por ser uma atividade essencial, nós estamos atendendo a legislação que é o prazo legal de 72 horas, e respeitando o número mínimo liberado para trabalhar, que são 30%”, disse. “A partir de amanhã, ela [empresa] vai receber um documento oficial dando esse prazo”.

Em nota, a Racli e o Samae de Blumenau se manifestaram sobre a reunião realizada e informaram que os serviços, até então paralisados pelos funcionários, já foram retomados.

Funcionários da coleta de lixo pedem manutenção das frotas e aumento salarial

Entre as reivindicações dos funcionários da coleta de lixo estão a manutenção das frotas, aumento salarial e entrega de EPIs. O motorista de caminhão da empresa, Anderson Prade, disse em entrevista que algumas das solicitações apresentadas já são antigas.

“A gente teve que fazer um protesto para a empresa poder ouvir e nos ver”, afirmou.

“A gente espera que a empresa atenda a nossa reinvindicação até 72 horas. Após isso, a gente vai avaliar se faz a paralisação ou não. A gente acredita que a empresa vai acabar melhorando um pouco a parte financeira, que foi o que mais pegou ali”, comentou o motorista.

O trabalhador falou sobre a importância do reajuste salarial para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos coletores de lixo, que trabalham “faça chuva ou faça sol”

“Aí o pessoal quer chegar em casa, ter o mínimo de conforto, e não consegue dar para a família porque o salário é pouco, ainda mais em Blumenau que é uma cidade bonita e tem vários lugares para visitar, você não consegue sair porque o teu financeiro não permite”.

Confira as notas da empresa Racli e Samae de Blumenau

“Foi realizada uma reunião na empresa durante esta terça-feira, dia 17 e alguns dos profissionais da RACLI Limpeza Urbana de Blumenau acompanharam.

Foram escolhidos representantes dos funcionários pra dialogar com a empresa e sindicato da categoria. Porém, outro sindicato que não tem relação com a atividade preponderante da empresa, apareceu pela manhã o que atrasou a reunião. Ao longo do dia, a reunião com o sindicato da categoria transcorreu normalmente.

Informamos que os serviços seguem sendo realizados normalmente.

A RACLI segue trabalhando e à disposição para solucionar qualquer dúvida e empenhada em garantir a segurança dos que aqui trabalham.”

Nota do Samae

“O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Blumenau informa que foi comunicado pela Racli Limpeza Urbana, empresa contratada para fazer o serviço de coleta de lixo na cidade, que alguns dos profissionais da empresa fizeram uma paralisação nesta terça-feira, dia 17.

Após uma reunião entre representantes da empresa e do sindicato dos trabalhadores ficou acordado o retorno das atividades ainda no dia de hoje. Assim, todos os serviços de coleta de lixo serão normalizados até está quarta-feira, dia 18.

O Samae acompanha o caso para que o serviço seja prestado da melhor maneira possível para a comunidade e a empresa ofereça as condições de trabalho necessárias para aqueles que prestam esse serviço essencial”, encaminhou o Samae.

*Contribuiu a repórter Paôla Dahlke