Rodoviária do Rio não tem detector de metais ativo para revista de passageiros

O sequestro de um ônibus por um homem armado na última terça-feira (12) colocou em cheque a sensação de segurança de quem passa pela rodoviária do Rio de Janeiro. E não são poucas pessoas.

De acordo com a administração, circulam pelas plataformas todos os dias em torno de 38 mil pessoas. Nas vésperas de feriados prolongados esse número chega a 70 mil.

Paulo Sérgio de Lima entrou armado no terminal e sequestrou um ônibus, mantendo 16 passageiros reféns por mais de três horas. Duas pessoas foram feridas. Uma vítima está em estado gravíssimo.

No site da concessionária existe a informação de que “a segurança dos usuários é uma das prioridades”. Tanto que o circuito interno foi modernizado, com mais de 50 câmeras ligadas 24 horas por dia nas áreas comuns, além do patrulhamento das equipes de vigilância patrimonial.

No entanto, questionada pela CNN, a administração da rodoviária confirmou que não tem de detectores de metal e não faz revista dos passageiros que vão embarcar no local.

“Enquanto concessionária, não temos qualquer poder de polícia. Inclusive, os nossos vigilantes são patrimoniais. Para que haja uma efetiva ação em termos de detecção de metal, nesse sentido, é necessária a presença 24 horas constante de um agente policial para fazer revista, para fazer apreensão, coisa que a gente não tem essa competência”, explicou Beatriz Lima, porta-voz da rodoviária do Rio.

Segundo ela, o terminal tem 30 anos e, no fim dos anos 90, já houve esses portais de detecção de metais, que eram operados por 32 policiais militares. “A ação durou pouco tempo. Por conta de falta de efetivo, os portais passaram a não ter mais a presença do policial militar para a revista. Eles acabaram sendo desativados e a gente teve que retirar os portais. A gente é a favor desse tipo de equipamento”, explicou.

“No entanto, é bom reforçar, para a gente ter o detector de metal na rodoviária, a gente tem que ter a presença 24 horas do efetivo da Polícia Militar para realizar as revistas, para ficar ali do lado, manipular esses portais”, disse Lima.

A CNN consultou a PM, que informou que a corporação mantém um posto do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) no interior do terminal e que o Batalhão da Praça da Harmonia (5ºBPM), responsável pela área, realiza patrulhamento por meio de viaturas e moto patrulhas na área externa que dá acesso ao terminal.

Apesar de ressaltar que rodoviária do Rio é uma área particular gerida por um grupo privado, a PM informou que está em alinhamento desde a última terça-feira uma parceria com a empresa para que a corporação tenha acesso às imagens internas do terminal. A ideia é colaborar com o “trabalho de videomonitoramento e reconhecimento facial, possibilitando o acionamento das equipes da Polícia Militar de maneira mais técnica e precisa”, disse em nota.

O terminal oferece mais de 188 linhas intermunicipais, interestaduais e internacionais operadas por 41 empresas de ônibus. São 75 plataformas com capacidade de operar 234 embarques ou desembarques por hora.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Rodoviária do Rio não tem detector de metais ativo para revista de passageiros no site CNN Brasil.

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