Polícia diz que indígena que matou técnico de enfermagem tem histórico de violência; Suspeito segue foragido

Equipe da Polícia Civil esteve na Comunidade onde o crime ocorreu (Foto: Ascom PCRR)

Uma equipe da Polícia Civil de Roraima, por meio da Delegacia de Alto Alegre, esteve nesta terça-feira, 12, na Comunidade Indígena Marachiu, Polo Base Surucucu, na área Yanomami, onde o técnico de enfermagem Vilson da Silva Souza, de 27 anos, foi assassinado no último dia 9 de novembro.

A vítima, funcionário da Missão Evangélica Caiuá, foi morta por uma flechada, supostamente desferida por seu colega de trabalho, R. Y., de 30 anos, após uma discussão sobre o uso de energia no posto de saúde.

Coordenada pelo delegado titular de Alto Alegre, Vinícius Quadros, a equipe deslocou-se até a região de difícil acesso, onde realizou uma série de diligências com o apoio da Associação Yanomami Urihi e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), que disponibilizaram uma aeronave.

“A operação permitiu colher depoimentos de testemunhas que estavam presentes no momento do crime, possibilitando identificar o autor com clareza”, destacou o delegado.

A Polícia deu andamento nas investigações (Foto: Divulgação)

De acordo com o relato de uma testemunha que estava na unidade de saúde durante o incidente, o conflito teria se originado de uma discussão sobre o carregamento de celulares no posto de atendimento, que estava gerando problemas de convivência e segurança na estrutura local.

“A testemunha relatou que em reunião ocorrida horas antes do crime, um acordo foi proposto entre o autor, seus tios e os técnicos de saúde para limitar o uso de energia no local, com a intenção de instalar uma tomada externa”, disse.

No entanto, após o término da reunião, R. Y. teria voltado ao posto e, em tom agressivo, insistido para que Vilson carregasse seu celular.

Segundo a testemunha, o autor deixou o recinto após ser orientado por outro técnico para que procurasse uma extensão. No entanto, retornou com o filho, exigindo que Vilson o atendesse. Ao constatar que o menino estava sem problemas de saúde, Vilson foi surpreendido por uma flechada no peito. Testemunhas ainda tentaram pedir ajuda, mas R. Y. teria subido na caixa d’água do posto para cortar os fios de internet, aparentemente com a intenção de dificultar a comunicação e impedir a solicitação de socorro.

Segundo o delegado, além da brutalidade do ato, foi informado que o autor possui histórico de agressividade, sendo mencionado em casos anteriores de intimidação e violência na comunidade, incluindo uma agressão recente à própria esposa. As testemunhas e moradores locais reforçaram o envolvimento de R. Y. no crime, e o delegado informou que a motivação é considerada fútil.

O delgado disse ainda que apesar das diligências realizadas, a logística limitada do voo obrigou a equipe a retornar a Boa Vista no mesmo dia, impossibilitando a busca pelo suspeito, que fugiu após o crime para uma área de mata de difícil acesso, a cerca de três a cinco dias de caminhada da vila mais próxima.

“Contudo, a comunidade local manifestou interesse em colaborar com a Polícia e se comprometeu a fornecer novas informações que possam ajudar a localizar o autor do crime”, detalhou o delegado.

Vinícius Quadros disse ainda que a Polícia Civil continua as investigações, com a expectativa de realizar novas diligências para reunir mais provas e efetuar a captura do suspeito nos próximos dias.

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