Ações policiais respondem por mais da metade dos baleados na Grande Rio em 2024, diz estudo

No primeiro semestre de 2024, mais da metade (55%) dos baleados na Grande Rio foram atingidos em ações policiais. É o que mostra um relatório do Instituto Fogo Cruzado, divulgado nesta quinta-feira (18).

O levantamento também aponta que houve participação policial em 450 do total de tiroteios registrados nos primeiros seis meses deste ano. O que equivale a cerca de um em cada três registros totais.

Entre os baleados nas ações da corporação no período, 161 morreram e 243 resistiram aos ferimentos.

A região metropolitana do Rio de Janeiro registrou 1.346 tiroteios nos primeiros seis meses do ano. É a menor marca desde 2017 e representa uma queda de 24% em relação ao mesmo período de 2023.

Carlos Nhanga, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, afirmou que a queda dos indicadores de violência armada é relevante, mas enfatiza que ainda há índices muito altos.

“Não dá para ignorarmos os níveis inaceitáveis de mortos e feridos durante as ações policiais. O Rio de Janeiro não tem, ainda, um plano de segurança pública voltado para preservar a vida e trazer mais segurança para a população”, disse.

Os números de tiroteios, mortos por tiros e feridos por armas de fogo, neste ano, são os menores desde que o instituto começou os estudos em 2017. Foram 370 mortos e 362 feridos no primeiro semestre de 2024.

No geral, 2018 foi o pior ano da série histórica, quando foram registrados 4.639 tiroteios, 793 mortes e 639 pessoas feridas na região entre janeiro e junho.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio de Janeiro informou à CNN que, pelo quinto mês consecutivo, o RJ apresenta reduções significativas em índices de criminalidade.

A letalidade violenta, que abrange homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, morte por intervenção de agente do Estado e latrocínio, registrou queda de 21% nos primeiros cinco meses do ano. Foi o menor número de vítimas desde 1991.

Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio. Ainda de acordo com essas estatísticas, as mortes por intervenções de agentes de segurança caíram 40% em 5 meses, o percentual mais baixo desde 2014.

Mapa da violência armada

A zona norte da Grande Rio registrou cerca de um terço do total de tiroteios (522), mortos (113) e feridos (112) mapeados neste ano. Já a zona sul foi a que menos teve registros, com 13 tiroteios, quatro mortos e dois feridos.

Chacinas e balas perdidas são as principais circunstâncias de falecimentos e feridos. 64 pessoas morreram em 19 chacinas no primeiro semestre. 11 delas ocorreram em ações policiais, deixando 39 mortos.

58 pessoas foram vítimas de situações de balas perdidas, sendo que 30 foram atingidas em operações da polícia na Grande Rio.

Perfil das vítimas

Em relação à faixa etária, 12 crianças, 18 adolescentes e 21 idosos foram baleados na região metropolitana do Rio em 2024. Entre os feridos, duas crianças, 11 adolescentes e nove idosos não resistiram aos disparos.

Neste primeiro semestre, 45 agentes de segurança também ficaram feridos, sendo que 18 morreram; quatro das vítimas fatais estavam em serviço.

Os policiais militares foram os mais afetados pela violência armada. Entre os agentes baleados, 36 eram PMs, o que representa 80% dos feridos. Destes, 15 morreram e 21 ficaram feridos.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ações policiais respondem por mais da metade dos baleados na Grande Rio em 2024, diz estudo no site CNN Brasil.

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