A esteticista Michele de Abreu Oliveira, de 42 anos, foi encontrada morta enterrada no chão da cozinha da própria casa, em Palhoça, em 22 de maio. Quase dois meses depois, o marido e o filho da vítima, de 16 anos, foram apontados como suspeitos do crime.

A esteticista estava desaparecida há nove dias quando a polícia localizou o corpo.

Michelle morava há mais de dez anos em uma casa nos fundos de um terreno com cinco residências, localizado na Praia de Fora, em Palhoça. No local moravam ela, o ex-companheiro e o filho caçula, de 16 anos.

Esteticista tinha relação conturbada com ex, com quem morava junto

Na casa de dois pisos moravam ela, o ex-companheiro e o filho caçula, de 15 anos. De acordo com familiares, mesmo separados há quatro anos, a esteticista ainda morava com o ex, com quem tinha uma relação conturbada.

Michelle teria registrado um boletim de ocorrência por violência doméstica em abril e, segundo a família, era constantemente ameaçada de morte.

Segundo a delegada responsável pelo caso, o paradeiro do homem e do filho caçula ainda não é conhecido pela polícia. De acordo com a PMSC (Polícia Militar de Santa Catarina), o homem possuí 94 boletins de ocorrência.

O caso foi apurado com exclusividade pela produtora Patricia Mello e pela repórter Suzan Rodrigues, do programa Cidade Alerta.

Câmeras filmaram Michele nos seus últimos dias de vida

A esteticista Michele de Abreu Oliveira, de 42 anos, foi vista em câmeras de segurança em 9 de maio, poucos dias antes de ser dada como desaparecida, em 14 de maio.

Um vídeo de câmeras de segurança cedido ao Cidade Alerta mostra Michele sair de uma clínica e entrar em um carro preto, onde fica ao menos 6 minutos dentro do veículo parado (assista abaixo).

Câmeras de segurança mostram Michele sair de uma clínica e entrar em um carro vermelho – Vídeo: Reprodução/Câmeras de segurança/ND

Aproximadamente uma hora depois, a câmera volta a mostrar a esteticista em frente à clínica. Nessa segunda imagem, ela logo em seguida entra em outro carro e sai do local.

Pai e filho são suspeitos de morte de esteticista

Dois dias após o corpo da esteticista ser encontrado, o ex-companheiro da esteticista foi preso. Segundo informações da Polícia Civil de Santa Catarina, Márcio de Oliveira Bigois, de 46 anos, considerado principal suspeito pela morte da esteticista, foi localizado em São José, na Grande Florianópolis.

O filho do casal foi apreendido em Palhoça na mesma data. De acordo com a denúncia, o adolescente de 16 anos foi corrompido pelo pai a praticar com ele as infrações penais de homicídio qualificado e de ocultação de cadáver.

“O denunciado Márcio de Oliveira Bigois, de forma livre e voluntária, ciente da ilicitude e reprovabilidade de sua conduta, imbuído de manifesto propósito de ceifar a vida de outrem, em comunhão de esforços e unidade de desígnios com seu filho, animado por motivo torpe e por razões da condição de sexo feminino, no contexto de violência doméstica e familiar, mediante tortura, meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima, matou sua ex-companheira e mãe do adolescente, Michele de Abreu Oliveira, com quem coabitava”, afirma a denúncia.

O ex-companheiro da esteticista está sendo denunciado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor.

Em nota divulgada em maio, a defesa de Márcio de Oliveira Bigois informou que “confia na apuração minuciosa dos fatos pelas autoridades competentes e na demonstração da verdade no decorrer das investigações”.

De acordo com os advogados Matheus Menna e Osvaldo Duncke, representantes do ex-companheiro da vítima e do filho do casal, “todas as circunstâncias serão devidamente esclarecidas nos autos do processo, o qual tramita em segredo de justiça”.

Esteticista de SC ‘enviou mensagens’ enquanto estava desaparecida

Pessoas próximas à esteticista Michele de Abreu Oliveira, de 42 anos, encontrada morta dentro de casa, na quarta-feira (22), em Palhoça, disseram à polícia que receberam mensagens do celular da vítima enquanto ela estava desaparecida.

Conforme apurado com exclusividade pelas jornalistas Patricia Mello e Suzan Rodrigues, do programa Cidade Alerta, as mensagens de texto foram enviadas quatro dias depois que a família registrou o desaparecimento da vítima e, segundo testemunhas, o teor da conversa indicava que Michele estaria em Criciúma.

“Oi boa noite. Estou numa vida e assim que der a gente se fala vou me organizar primeiro”, diz uma das mensagens. Em outro texto, a esteticista, supostamente, afirma ter saído de casa e pede um tempo até “se organizar”.

Na terceira mensagem, direcionada ao filho, Michele diz que irá trocar de número e, novamente, repete que “está se organizando e logo entrará em contato”.

Testemunhas, no entanto, afirmam que as mensagens não foram enviadas pela esteticista.

“Aquilo lá a gente acredita que não foi ela que mandou porque não está com a escrita dela. Ela não escreve daquela forma, a gente conhece bem a escrita dela”, disse uma pessoa que não preferiu se identificar.