

Agrotóxico altamente tóxico e proibido no Brasil foi encontrado em uma propriedade de São José do Cedro. – Foto: Polícia Civil/ND
O uso de um agrotóxico altamente tóxico e proibido no Brasil desde 2017 foi flagrado em uma propriedade rural de São José do Cedro, no Oeste de Santa Catarina, durante uma operação de fiscalização neste mês de abril.
A propriedade vistoriada está localizada na Linha Padre Reus, área rural próxima ao Rio Peperi-Guaçu, que faz divisa com a Argentina.
O defensivo PARAQUAT, de origem argentina, foi encontrado em uso rotineiro no local, expondo trabalhadores e o meio ambiente a riscos graves.
Conforme informações da Polícia Civil, a ação também revelou indícios de entrada irregular de gado pela fronteira com a Argentina, levantando preocupações sanitárias em uma região considerada estratégica no combate à febre aftosa.
A operação foi realizada pela Polícia Civil de Santa Catarina, por meio do CAOAGRO (Centro Estadual de Apoio Operacional de Combate aos Crimes Contra o Agronegócio), em conjunto com a Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina).
Durante a fiscalização, foram encontradas embalagens do PARAQUAT da marca SIGMA, agrotóxico altamente tóxico importado ilegalmente da Argentina.
Segundo observou a Polícia Civil, a substância é um dessecante com alta toxicidade aguda e sua comercialização é vetada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) há mais de sete anos devido aos graves riscos que representa à saúde humana e ao meio ambiente.

O agrotóxico altamente tóxico também colocava em risco aos trabalhadores do local. – Foto: Polícia Civil/ND
Trabalhador fazia aplicação do agrotóxico altamente tóxico
De acordo com um trabalhador que realizava a aplicação do produto, o uso do agrotóxico altamente tóxico era parte da rotina da propriedade, sempre sob orientação do responsável local.
A constatação reforça a gravidade da infração e aponta para a necessidade de fiscalização contínua nas áreas rurais de fronteira.
A operação também investigou denúncias sobre a possível entrada irregular de animais bovinos vindos da Argentina. Técnicos identificaram uma estrutura de mangueira com acesso direto ao Rio Peperi-Guaçu — uma passagem potencial para o trânsito clandestino de gado.
A suspeita ganha ainda mais peso por se tratar de uma região considerada área de atenção para a febre aftosa, doença que pode comprometer todo o controle sanitário e afetar a imagem internacional dos produtos agropecuários catarinenses.
O uso de substâncias proibidas e a movimentação de animais sem controle oficial configuram infrações sanitárias e ambientais graves.