Moradores reclamam de insegurança na praça Tancredo Neves: ‘sensação de segurança não existe’

A assessora jurídica do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), Carolina Bendrame, 25 anos, que precisa passar pela Praça Tancredo Neves todos os dias, no Centro de Florianópolis, por conta do trabalho conta a impressão que tem sobre o espaço público. “É extremamente inseguro. É um lugar que te deixa desconfortável e, por mais que tenhamos um posto da Polícia Militar bem na entrada do prédio do Tribunal de Justiça, a sensação de segurança ainda não existe”, declarou.

Há muito tempo discutida, a revitalização do espaço, conhecido também como Praça dos Três Poderes, foi anunciada no início do ano passado, resultado de uma união entre o judiciário catarinense, o TCE-SC (Tribunal de Contas do Estado), a Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), a Prefeitura de Florianópolis, além do Sesc, da Associação FloripAmanhã e dos hospitais Baía Sul e Caridade.

O projeto começou a tomar forma a partir de 29 de abril deste ano, quando a administração municipal assinou o contrato com a empresa de arquitetura e urbanismo paulista Vigliecca & Associados, com um investimento de R$ 1.967.853,83.

O novo espaço tem como base um projeto arquitetônico vencedor de concurso público realizado há mais de uma década pela prefeitura da Capital. Neste anteprojeto, a Praça Tancredo Neves conta com um anfiteatro para espetáculos, salas técnicas e bares, área externa composta por praça cívica e praça verde e área de estacionamento.

Prazo para obras na Praça Tancredo Neves

Conforme o secretário de Transportes e Infraestrutura do município, Rafael Hahne, a definição do projeto oficial tem prazo de um ano a partir da assinatura do contrato. Após a conclusão, a previsão é de que o início das obras na Praça Tancredo Neves ocorra ainda no início de 2025.

A obra, que já foi previamente orçada em R$ 45 milhões, será custeada igualitariamente pelo TJSC, TCE-SC e Alesc, com a participação de R$ 15 milhões cada.

Pessoas em situação de rua, usuários de drogas e acúmulo de água

Apesar de tudo já se encaminhar para uma revitalização que promete tirar o fôlego dos usuários, o que se vê atualmente ao passar pela Praça Tancredo Neves é o abandono.

O local, pouco convidativo na opinião do militar Osmildo Pinheiro, 65, é um dos espaços onde as pessoas em situação de rua se instalam.

“É um lugar isolado. Direto vemos o pessoal dormindo aqui e não sabemos se é alguém que pode estar com más intenções, se é usuário de drogas ou alguém que possa colocar nossa vida em perigo”, relatou. “De manhã ainda tudo bem, mas à noite não é aconselhável ninguém passar”, acrescentou Pinheiro.

O aposentado Carlos Henrique Costa, 66, compartilha da mesma opinião. Segundo ele, em dias de chuva há também um agravante que são os acúmulos de poças d’água.

“Quando chove, diria que é quase impossível passar, além de ser ponto de acúmulo de água, podendo ser criadouro da dengue”, concluiu.