O que sabemos sobre o caso do galerista americano assassinado no Rio

Sócio de uma galeria de arte em Nova York, o americano Brent Sikkema, 75 anos, foi assassinado no último domingo (14), na região do Jardim Botânico, na zona sul do Rio de Janeiro.

O galerista foi encontrado morto dentro da casa onde morava. Segundo a polícia, o corpo dele tinha 18 marcas provocadas por armas brancas, podendo ter sido golpes de tesoura, estilete ou chave de fenda. Cerca de 40 mil dólares foram levados do imóvel.

O homem suspeito de ter cometido o crime foi preso nesta quinta-feira (18) em um posto de gasolina na cidade de Uberaba, no interior de Minas Gerais, que fica a cerca de 810 quilômetros do local do crime.

Veja o que se sabe sobre o caso

Quem era a vítima

Brent Sikkema era dono da Sikkema Jenkins & Co., uma galeria de arte contemporânea que exibe trabalhos como pinturas, desenhos, instalações, fotografias e esculturas.

Segundo seu perfil em uma rede social, Sikkema iniciou sua atuação em galerias de arte em 1971, como diretor de exposições no Visual Studies Workshop, na cidade de Rochester, no estado de Nova York.

Ele abriu sua primeira galeria em 1976. O espaço, localizado na cidade de Boston, nos Estados Unidos, era focado em fotografias.

Tempos depois, Sikkema se mudou para Nova York e abriu, em 1991, uma galeria contemporânea chamada Wooster Gardens, que funcionava no bairro SoHo, conhecido pelo perfil artístico.

Michael Jenkins, que mais tarde viria a ser sócio de Sikema, trabalhava nessa galeria como diretor. Em 1999, o espaço mudou para o bairro Chelsea e passou a chamar Galeria Brent Sikkema.

Pouco depois, Jenkins se tornou sócio de Sikkema e a galeria foi renomeada como Sikkema Jenkins & Co.

Imagem interna da galeria de arte de Brent Sikkema em Nova York
Imagem interna da galeria de arte de Brent Sikkema em Nova York / Reprodução/Instagram

Prisão do suspeito

Nesta quinta-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu o cubano Alejandro Triana Trevez, apontado como suspeito de ter matado o galerista americano. Ele foi localizado em um posto de gasolina na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro.

A polícia chegou até o cubano após trabalho de monitoramento e inteligência realizado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que também fez análise de câmeras de segurança. Já havia um mandado de prisão temporária aberto contra ele.

Cerca de 3 mil dólares foram encontrados em posse do suspeito.

Preso conhecia a vítima, diz polícia

De acordo com as investigações preliminares, o suspeito de ter cometido o crime conhecia o galerista americano e o marido dele. Segundo a Polícia Civil, o cubano e Brent Sikkema haviam se encontrado entre julho e agosto do ano passado.

Ainda não se sabe exatamente qual era a relação entre os dois.

A polícia também investiga o envolvimento do ex-marido do americano no crime. O homem, que estaria em processo de divórcio com o galerista, está em Cuba e também nasceu no país caribenho. Brent Sikkema estava passando por uma briga milionária para se divorciar e poder rever o filho.

Suspeito monitorou galerista por 14 horas

Câmeras de monitoramento do Jardim Botânico analisadas pela Polícia Civil indicam que a morte de Brent Sikkema foi premeditada.

As imagens de equipamentos da empresa de segurança Gabriel mostram o carro do suspeito circulando pela região onde fica o imóvel cerca de 14 horas antes do crime.

O primeiro registro é feito por volta de 14h20 do dia 14. O veículo, um Fiat Palio de cor prata, entra na região onde a vítima morava e, dois minutos depois, estaciona a poucos metros do imóvel, na rua Abreu Fialho. O motorista decide sair com o carro, mas volta a estacionar pouco depois em outro ponto da via.

Perto das 16h30, o galerista se aproxima da casa com uma sacola em mãos. Outra câmera de segurança registra o que pode ser a última imagem de Brent com vida, quando ele entra no imóvel.

As imagens mostram que somente às 22h42 o motorista deixa o carro e caminha por ruas vizinhas. Ele passa por diversas câmeras de monitoramento, mas sempre de cabeça abaixada.

Pouco depois das 3h40, já na madrugada de domingo, o homem sai do carro e entra na casa do americano, onde fica por 14 minutos.

Às 3h57, o suspeito sai do imóvel. Ele tira as luvas que usava, as coloca no bolso e volta para o carro.

Galeria lamenta morte do americano

Na terça-feira (16), o perfil da Sikkema Jenkins & Co. fez uma postagem em suas redes sociais lamentando a morte de Brent.

“A galeria lamenta esta tremenda perda e continuará em seu espírito”, diz a postagem.

(Publicado por Fábio Munhoz)

Este conteúdo foi originalmente publicado em O que sabemos sobre o caso do galerista americano assassinado no Rio no site CNN Brasil.

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