Empresários são investigados por esquema de pirâmide financeira que movimentou R$ 10 milhões em dois meses

Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em três residências, localizadas nos bairros Caçari e Paraviana, e na sede da empresa, no bairro Calungá. (Foto: Divulgação/PCRR)

Dois empresários de Boa Vista foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos na manhã desta terça-feira (29) durante a terceira fase da Operação Bull Trap, deflagrada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo. A ação teve apoio da Polícia Civil de Roraima, por meio do DOPES, GRT e Polinter.

Os irmãos M. L. A., de 36 anos, e A. D. C. L., de 34, são sócios de uma empresa de exportação de alimentos e, segundo as investigações, estariam ligados ao recebimento de aproximadamente R$ 10 milhões em apenas dois meses — valor considerado incompatível com a atividade econômica da empresa.

Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em três residências, localizadas nos bairros Caçari e Paraviana, e na sede da empresa, no bairro Calungá. Foram apreendidos dispositivos eletrônicos, documentos e um veículo de luxo. Ninguém foi preso.

A operação é coordenada pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), vinculada à Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil paulista, com sede em São José dos Campos (SP). A investigação apura a atuação de uma organização criminosa envolvida em fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro.

De acordo com a Polícia Civil de SP, o grupo é suspeito de aplicar golpes com promessas de investimentos de alto retorno, em um modelo semelhante ao de pirâmide financeira. “Identificamos centenas de vítimas que depositavam valores com a promessa de retorno financeiro, o que jamais aconteceu”, afirmou o escrivão Lucas Monteiro, que acompanhou a operação em Roraima.

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Segundo ele, o esquema usava empresas registradas em nome de “laranjas”, muitos em situação de vulnerabilidade, como usuários de drogas e pessoas em situação de rua. A investigação seguiu a metodologia “follow the money” (siga o dinheiro) e contou com apoio de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

A Operação Bull Trap já teve fases realizadas em São Paulo, Minas Gerais (nas cidades de Juiz de Fora e Sete Lagoas) e, agora, em Roraima. A Justiça autorizou o bloqueio de mais de R$ 1,1 bilhão em bens e valores dos investigados.

“Não descartamos novos desdobramentos, inclusive em Roraima, com o possível envolvimento de outras empresas”, informou Monteiro.

Operação Bull Trap

O nome da operação faz referência a um termo do mercado financeiro que descreve uma falsa alta nos preços de ativos, levando investidores a prejuízos ao acreditar em uma valorização inexistente.

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