

Três meses após crime chocante ser desvendado no PR, jovem é velada em SC – Foto: Reprodução/ND
Após quase quatro meses de espera, a família de Camila Florindo D’Avila poderá, por fim, realizar seu velório nesta quarta-feira (7). A jovem, moradora de Araquari, foi dada como desaparecida em 8 de outubro de 2024, mas o crime foi desvendado apenas no início de 2025, quando seus restos mortais foram encontrados em uma cidade do interior do Paraná.
Despedida da jovem
“Hoje, dia 05/05/2025, chegamos a um momento que carrega tristeza e alívio. Após meses de luta e espera, os restos mortais da minha irmã foram liberados”, revelou Ester Florindo Aguiar, irmã mais velha de Camila.
Em uma carta aberta de despedida, Ester contou que sua família viveu uma jornada marcada por angústia e esperança desde o desaparecimento de Camila em 8 de outubro de 2024.
“Agora, com o coração pesado, mas em paz, podemos dar a ela o descanso digno que merece”, afirmou ela.
A despedida da jovem será realizada em Blumenau, na sua cidade natal. nesta quarta-feira (7). Já o sepultamento ocorrerá no Cemitério do Progresso.
Relembre crime
Conforme a investigação, Camila foi sequestrada em 8 de outubro de 2024, em Araquari, quando seis criminosos em dois carros clonados cercaram a casa dela.
O objetivo do grupo era matar o marido da jovem, mas ele conseguiu escapar. Com a fuga do alvo, eles pegam drogas e dinheiro e obrigam a jovem a entrar em um dos veículos.
Câmeras flagram sequestro de jovem em Araquari – Vídeo: Divulgação/ND
Na sequência, a vítima foi jogada em um cativeiro na mesma cidade. Ela ficou uma hora e meia no local, depois foi levada ao Paraná. De acordo com a polícia, na região Metropolitana de Curitiba, os criminosos se desentenderam e não houve um consenso sobre o que fazer com Camila. A briga terminou com um deles morto a tiros. O corpo foi deixado na rua e depois encontrado pelas autoridades.
O grupo seguiu viagem e escolheu a zona rural de Ibaiti, cidade que fica a 457 km de Araquari, para se livrar da jovem. Os criminosos pensaram em liberar a garota, mas mudaram de ideia. Eles mataram Camila a tiros e enterraram seu corpo em uma região de mata fechada. A polícia acredita que o crime ocorreu entre 9 e 10 de outubro.
Depois de três meses, o corpo da jovem foi encontrado, em 14 de janeiro de 2025, pelas autoridades. O local era de difícil acesso, mas um cão farejador da Polícia Civil de Santa Catarina indicou o ponto onde estava a ossada de Camila.
‘Barão da facção’, marido de Camila, preso
O marido de Camila, conhecido como o “barão da facção”, foi preso em Palhoça, na Grande Florianópolis, na manhã de 23 de janeiro, por causa da sua função no PGC (Primeiro Grupo Catarinense) e envolvimento no tráfico de drogas.
O homem ocupava um cargo de liderança no PGC e comandava negócios de tráfico em Araquari, onde a jovem foi sequestrada. De acordo com a investigação, ele acumulou inimigos, que tinham vontade de assumir o poder dentro da organização criminosa. Só que para a mudança acontecer, o marido de Camila precisaria “cair”.
Segundo a investigação, Fernandes Nogueira Barros, conhecido como “mafioso”, teria encomendado o sequestro e morte do marido de Camila, com quem teria desavenças. Mas o homem conseguiu fugir e o grupo envolvido no crime levou a jovem.

Marido de jovem sequestrada em SC e morta em briga de organização é conhecido como o ‘barão da facção’- Foto: Arquivo pessoal/ND
De acordo com a Polícia Civil, após o sequestro da esposa, o marido da vítima fugiupara Florianópolis. Lá, se relacionou com outra mulher, a engravidou e continuou os negócios do tráfico de drogas.
Após saber da morte da companheira, mudou para Palhoça, na Grande Florianópolis, na tentativa de despistar a investigação, mas acabou detido.