

Operação foi conduzida pela Delegacia de Roubo de Veículos – Foto: PCSC/ND
O principal líder da chamada Gangue da Hilux, quadrilha especializada no roubo desse modelo de camionete, foi um dos alvos da operação Rota do Cone Sul, deflagrada pela Polícia Civil na última quinta-feira (15).
A ofensiva cumpriu mandados nos estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Bahia. Na ação, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão, e nove pessoas foram presas.
Segundo a Polícia Civil, R$ 6 milhões foram bloqueados de contas bancárias ligadas aos investigados. Conforme a investigação, veículos roubados no Brasil eram revendidos para outros países da América Latina, como Argentina, Paraguai e Chile.
A organização criminosa, conforme a investigação, possui uma estrutura altamente organizada, com atuação em diversos estados brasileiros. O principal líder do grupo foi identificado como Teófilo Alves Rodrigues, que tem vasto histórico criminoso e continua foragido da Justiça.
Quem é o líder da ‘Gangue da Hilux’?
A reportagem do ND Mais apurou que um dos principais alvos da operação Cone Sul é Teófilo Alves Rodrigues, que não foi localizado durante a megaoperação desta quinta-feira. O investigado esteve em Santa Catarina recentemente, principalmente, para tratar do furto e transportes de veículos para fora do país.

Teófilo Alves Rodrigues foi preso em 2024, mas posto em liberdade meses depois – Foto: Reprodução/ND
Além das cidades catarinenses, a “Gangue da Hilux” também tem atuação em outros estados do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, estado de onde Teófilo é natural. Ele seria um dos responsáveis por conectar receptadores e organizações criminosas brasileiras a países como Argentina, Chile e Paraguai.
Tratado pelas autoridades policiais como criminoso de alta periculosidade, o mecânico ficou conhecido nacionalmente por sua atuação no furto de veículos, especialmente das camionetes de luxo, fabricadas pela empresa Toyota. Além de coordenar os roubos, o investigado também atua diretamente no cometimento dos crimes.
Investigado possui extensa ficha criminal e vínculo com facção
Teófilo Alves Rodrigues possui ligação com o CV (Comando Vermelho), uma das principais facções criminosas do Rio de Janeiro. Em Santa Catarina, a organização é aliada ao PGC (Primeiro Grupo Catarinense), grupo criminoso que nasceu em Florianópolis e tem mais de dez mil membros espalhados pelo estado.
O líder da “Gangue da Hilux” possui dezenas de antecedentes criminais por furtos, receptação e adulteração de sinais identificadores de veículos. É considerado, atualmente, o maior ladrão de caminhonetes do Brasil, com mais de 15 anos de atuação nesse tipo de crime.

Nove pessoas foram presas preventivamente durante megaoperação, realizada em quatro estados – Foto: PCSC/Divulgação/ND
A última prisão dele, conforme levantamento feito pelo ND Mais, ocorreu em fevereiro de 2024. À época, Teófilo e mais quatro membros da Gangue da Hilux foram capturados em Guarapari, no Espírito Santo. Eles foram presos em flagrante pelo roubo de uma camionete no Sul capixaba. Teófilo estava em liberdade desde o fim do mesmo ano.
Como funciona o roubo das camionetes de luxo?
Segundo apurado pela Polícia Civil, a organização criminosa tem um esquema estruturado e com funções bem definidas, acompanhando as vítimas para entender o melhor momento de cometer o roubo. Após escolher os alvos, a Gangue da Hilux realizava os furtos e, quase que imediatamente, adulterava os sinais identificadores dos veículos.

Quadrilha se especializou no roubo de camionetes Toyota Hilux – Foto: Divulgação
De posse dos veículos, os criminosos tratavam de enviar os carros para estados diferentes de onde tinham sido roubados, até mesmo para fora do país. Em alguns casos, devolviam os veículos ao Brasil como se estivessem legalizados.
Os investigados por participação na Gangue da Hilux podem responder por furto, receptação e adulteração de veículos, e organização criminosa. Os suspeitos também são suspeitos de lavagem de dinheiro, em razão das transações bancárias feitas para movimentar o lucro dos crimes, incluindo transferências internacionais.