Borra de café para reforçar o concreto! Pesquisadores fazem descoberta revolucionária

Pesquisadores australianos fizeram uma descoberta que pode transformar a indústria da construção: a borra de café pode fortalecer o concreto em até 30%. Esse avanço pode resolver o problema da crescente demanda por materiais de construção e ajudar na questão da gestão de resíduos.

Pesquisadores australianos descobrem que borra de café pode fortalecer concreto em até 30% – Foto: Canva/ND

O estudo, realizado por cientistas do RMIT (Instituto Real de Tecnologia de Melbourne) e publicado em 2023, visa substituir a areia por borra de café, já que, anualmente, o mundo produz cerca de 10 bilhões de quilos em resíduos de café.

“A eliminação de resíduos orgânicos representa um desafio ambiental, pois emite grandes quantidades de gases de efeito estufa, como metano e dióxido de carbono, que contribuem para as mudanças climáticas”, afirma o engenheiro do RMIT, Rajeev Roychand.

Além disso, o engenheiro Jie Li destaca que a inovação pode preservar os recursos naturais da Terra. “A extração contínua de areia natural no mundo, geralmente retirada de leitos e margens de rios, para atender às crescentes demandas da indústria da construção tem um impacto significativo sobre o meio ambiente”, explica.

Incorporar a borra de café no concreto pode ser uma ideia promissora

O processo para transformar a borra de café em um aditivo para o concreto se chama pirólise, que consiste em aquecer os resíduos de café a mais de 350°C na ausência de oxigênio. O resultado é um biochar poroso e rico em carbono, que pode ser incorporado na matriz do cimento, aumentando sua resistência em até 30%.

Utilizar borra de café na produção do concreto pode resolver problemas ambientais – Foto: Canva/ND

Apesar de promissora, a descoberta ainda precisa de mais estudos para confirmar sua eficácia a longo prazo. Os pesquisadores estão focados em

1. Avaliar a durabilidade do concreto enriquecido com café;
2. Testar o desempenho do material em condições de congelamento/descongelamento, absorção de água e abrasão;
3. Explorar outras fontes de resíduos orgânicos para a produção de biochar.

“Nossa pesquisa está apenas começando, mas esses resultados iniciais oferecem um meio inovador de reduzir significativamente a quantidade de resíduos orgânicos que acabam em aterros”, ressalta a engenheira do RMIT, Shannon Kilmartin-Lynch.