Justiça adia julgamento de ex-policial acusado de matar tesoureiro do PT no Paraná

O Tribunal de Justiça do Paraná suspendeu o júri popular do ex-policial penal Jorge Guaranho, que estava previsto para acontecer nesta quinta-feira (4) no Tribunal do Júri de Foz do Iguaçu, após a defesa do réu abandonar o plenário cerca de 50 minutos depois de seu início. O julgamento foi adiado para maio.

Guaranho é acusado por homicídio duplamente qualificado, com agravante de motivo fútil e perigo comum, pela morte de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, oeste do Paraná, ocorrida em julho de 2022.

A defesa do réu, representada pelo advogado Samir Mattar Assad, lamentou a suspensão do julgamento e afirmou que a decisão de abandonar o júri foi uma medida extrema, tomada em defesa do “jogo limpo e da garantia do amplo direito de defesa”.

A equipe do réu alega que o protocolo tardio de documentos essenciais para ocorrência do julgamento, ocorrido em menos de 15 horas antes do início do júri, teria comprometido gravemente a capacidade da defesa em exercer plenamente seus direitos legais.

Segundo a equipe, a defesa tem enfrentado uma série de obstáculos, incluindo a ausência da certificação original das movimentações processuais, o que seria essencial para garantir a transparência e a integridade do processo judicial.

Após buscarem o acesso integral aos documentos relevantes para o caso, a defesa, segundo Assad, não teria sido atendida de forma adequada e o acesso aos documentos teria sido obtido tardiamente, apenas horas antes do julgamento.

Além disso, de acordo com a defesa, Guaranho teria sido intimado a comparecer em Foz do Iguaçu para o julgamento até as 8h da quarta-feira (3), mas somente foi avisado no início da noite anterior, o que teria impedido que os advogados pudessem acompanhar sua chegada à cidade.

No momento, o réu está preso no Complexo Médico Penal, em Curitiba.

A CNN buscou contato com o Tribunal de Justiça do Paraná  que confirmou a atitude de abandono por parte da defesa durante o início da sessão no plenário. O júri foi remarcado para o dia 2 de maio, no mesmo local.

Relembre o caso:

O crime aconteceu durante a festa de 50 anos de Marcelo Arruda, em 9 de julho de 2022.

Na ocasião, Jorge Guaranho, apoiador do então presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiu a comemoração de Arruda ao saber que o tema da festa era o Partido dos Trabalhadores. Após a invasão, Guaranho atirou várias vezes contra Marcelo, que também estava armado e reagiu com mais disparos.

Após a troca de tiros entre os dois, Marcelo ficou gravemente ferido e precisou ser socorrido. Um dia depois do ocorrido, em 10 de julho, ele não resistiu e veio a óbito.

Guaranho foi preso e permanece atualmente como réu pelo homicídio. Recentemente, ele também foi demitido do cargo que atuava antes da ocorrência do crime como agente federal no presídio de Catanduvas.

* Sob supervisão

Este conteúdo foi originalmente publicado em Justiça adia julgamento de ex-policial acusado de matar tesoureiro do PT no Paraná no site CNN Brasil.

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