Quem era o catarinense autor das explosões em Brasília, vestido de Coringa e adepto do QAnon

Na noite dessa quarta-feira (13), um homem detonou bombas em frente aos prédios do STF (Supremo Tribunal Federal) e da Câmara dos Deputados. O autor das explosões em Brasília foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, natural de Rio do Sul, em Santa Catarina.

O ataque ocorre quase dois anos após um atentado a bomba no Aeroporto de Brasília e dos atos antidemocrátcos de 8 de janeiro.

Nas redes sociais, "Tiü França" compartilhava conteúdos políticos e teorias da conspiração

Nas redes sociais, “Tiü França” compartilhava conteúdos políticos e teorias da conspiração – Foto: Redes Sociais/ Reprodução/ ND

Segundo o R7, a Polícia Civil do Distrito Federal e a Polícia Federal investigam o caso. A principal suspeita é de que ele seja o único envolvido nos episódios.

Quem era o catarinense autor das explosões em Brasília?

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, era chaveiro e morou na cidade de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, enquanto era casado. Em 2020, foi candidato a vereador na cidade pelo PL (Partido Liberal), sob o nome Tiü França, mas recebeu apenas 98 votos e não se elegeu.

Em entrevista ao Uol, deputado federal, Jorge Goetten (Republicanos/ SC), disse que conhecia Francisco desde a juventude e que ele estaria passando por “sérios problemas mentais” desde que se separou da esposa, há quatro meses. Neste meio tempo, o catarinense autor das explosões em Brasília se mudou para Ceilândia, cidade satélite da capital federal.

Goetten informou que desde que Francisco se mudou para Brasília, havia visitado o gabinete algumas vezes. No dia dos atentados, à tarde, Francisco teria circulado pela Câmara dos Deputados, mas não encontrou com o parlamentar catarinense.

Autor das explosões em Brasília foi candidato a vereador pelo PL, em Rio do Sul, em 2020

Autor das explosões em Brasília foi candidato a vereador pelo PL, em Rio do Sul, em 2020 – Foto: Redes sociais/ Reprodução/ ND

“Tiü França” e as teorias da conspiração

Nas redes sociais, Francisco tinha um perfil ativo e compartilhava conteúdos relacionados a política, religião e teorias da conspiração. O autor das explosões em Brasília acreditava na existência do QAnon (teoria de extrema-direita em que adeptos da esquerda são adoradores de Satanás, pedófilos e canibais).

Além disso, também publicava frequentes críticas aos ministros do STF, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos líderes da Câmara dos Deputados e Senado Federal. Em postagens recentes, Francisco escreveu que o dia 15 de novembro, feriado de Proclamação da República, seria “especial para iniciar uma revolução”.

Testemunhas relataram às autoridades que o autor das explosões em Brasília usava roupas que lembravam o personagem Coringa, vestindo um terno personalizado com naipes de cartas. Um chapéu branco foi encontrado ao lado do corpo. Ele morreu ao acionar um explosivo próximo à própria cabeça.

Francisco Wanderley Luiz morava em Brasília há quatro meses, segundo amigos – Foto: Redes sociais/ Reprodução/ ND

Sequência dos acontecimentos

Segundo o R7, o carro de Francisco Wanderley Luiz, autor das explosões em Brasília, foi o primeiro a explodir, por volta de 19h30. Vídeos feitos por pessoas que estavam no anexo 4 da Câmara mostram o momento em que o carro pega fogo, e é possível ouvir estouros que parecem ser de fogos de artifício.

Na sequência, aconteceram as explosões em frente ao prédio do STF, perto da estátua ‘A Justiça’. Francisco Wanderley Luiz acionou ao menos duas bombas em um intervalo de 18 segundos. Os dois locais das explosões ficam a aproximadamente 450 metros um do outro.

Ainda, de acordo com o relato de testemunhas, a ação de Francisco Wanderley Luiz terminou quando ele acionou a última bomba, a colocou na cabeça com um travesseiro e deitou no chão, até que aconteceu a explosão

Locais das explosões ficam a 450 metros de distância um do outro

Locais das explosões ficam a 450 metros de distância um do outro – Foto: Estadão Conteúdo/ ND

STF repudia ataques

Em nota, o STF repudiou os atentados ocorridos ao final da sessão na quarta-feira. O órgão informou que “os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela” e que a “segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”.

“Os prédios do Supremo Tribunal Federal passarão por uma varredura completa para verificação de eventuais artefatos na madrugada e manhã desta quinta-feira (14)”, disse ainda em nota. “O expediente foi suspenso até o meio-dia em todos os prédios, e a situação será reavaliada ao longo da manhã”.

*Com informações do R7.

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