Saiba quem é o traficante suspeito de extorquir empreiteira no Rio

Apontado pela polícia como responsável por extorquir uma empresa que está construindo um parque público na zona Norte do Rio, Jean Carlos Nascimento dos Santos, o Jean do 18, tem uma vasta ficha criminal, que inclui uma invasão ao fórum de Bangu, em 2013, e o assassinato do próprio advogado. Ele está foragido.

Na quinta-feira (11), a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) informou que o traficante foi identificado pela investigação, a partir de depoimentos colhidos pela especializada e do mapeamento das organizações criminosas que atuam na região.

“A pronta resposta foi possível devido a um trabalho de monitoramento exercido tanto por essa especializada, quanto pela Polícia Civil. Por isso é tão importante o trabalho de inteligência”, destacou Carolina Cavalcante, delegada da Draco.

Em 2013, Jean do 18 ordenou uma invasão ao Fórum de Bangu, na zona oeste da cidade, para resgatar comparsas que prestavam depoimento. Na ação, uma criança e um policial militar morreram.

De acordo com as investigações, em 2015 o traficante mandou matar o próprio advogado, Roberto Rodrigues, após o defensor não conseguir libertar dois comparsas que estavam presos. A vítima desapareceu depois de se encontrar com Jean do 18 . Em 2016, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) indiciou Jean pelo crime.

Condenado a mais de 60 anos de prisão, o chefe do Morro do 18 fugiu com dois comparsas do Complexo Penitenciário de Gericinó, em janeiro de 2023. Os presos escalaram o muro da penitenciária usando uma corda feita de lençóis (popularmente chamada de teresa).

De volta às ruas, o condenado voltou a figurar nas páginas policiais após o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), denunciar nesta semana a cobrança de R$ 500 mil à empreiteira que está construindo o Parque Piedade. A obra está orçada em R$ 65 milhões e tem previsão de entrega para o final deste ano.

Segundo a delegada Carolina Cavalcante, responsável pelas investigações na Draco, Jean e outros três comparsas foram até a obra, armados, e ameaçaram parar a construção caso a propina não fosse paga.

“A gente consegue colocar, nesse momento, milícia e tráfico no mesmo nível de criminalidade. Com o passar do tempo, os traficantes migraram as atividades originárias para buscar fontes de lucro em outros tipos de crimes, como a gente verifica agora nesse caso do Jean do 18, que faz uma cobrança que sempre foi algo típico da milícia, impondo o medo para extorquir empresários”, explica a delegada.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Saiba quem é o traficante suspeito de extorquir empreiteira no Rio no site CNN Brasil.

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