Rio: milícia que cobra por cestas básicas, energia e internet é alvo de operação

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpriram na manhã desta quarta-feira (16) cinco mandados de prisão e 36 de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua no município de Queimados, na Baixada Fluminense.

A Operação Hunter 2, que conta com a participação de agentes do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), também denuncia à Justiça 37 pessoas por constituição de milícia privada.

Segundo o MP-RJ, as investigações mostraram uma expansão das ações do grupo criminoso ao longo dos anos. Os milicianos monopolizaram o fornecimento de bens e serviços na região dominada, e cobravam taxas por cestas básicas, energia elétrica, gás de cozinha e até kits de churrasco. O fornecimento de internet e TV a cabo também era feito pelos criminosos.

A atuação da milícia inclui, ainda, a prática de crimes como homicídios, extorsão e agiotagem. Taxas também eram cobradas para a circulação de mototaxistas na região, bem como para garantia da segurança de comerciantes e moradores de Queimados com uso de armas de grosso calibre.

Ainda de acordo com informações do Ministério Público, a primeira fase da operação foi deflagrada em julho de 2019 contra integrantes do mesmo grupo criminoso. Nesta nova fase, os mandados foram cumpridos em Queimados, Nova Iguaçu, Bangu, Seropédica, Todos os Santos e Gardênia Azul.

Criminosos que já estão presos também foram alvo de alguns dos mandados, com o auxílio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Um deles é Daniel da Silva França, conhecido pelo último nome. Ele foi preso no dia 9 de janeiro, durante um deslocamento para um confronto com uma facção rival.

Em nota, o MP explicou que o nome Hunter (“caçador”, em inglês) se refere ao objetivo da operação, que é “seguir realizando ações para combater o grupo de milicianos que se autointitulam ‘caçadores de ganso’”. Informalmente, o termo “ganso” é usado para definir criminosos.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Rio: milícia que cobra por cestas básicas, energia e internet é alvo de operação no site CNN Brasil.

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