Prefeitura prepara batida policial para fiscalizar sexo em praia de Florianópolis; veja quando

A Prefeitura de Florianópolis pretende dar um fim à fama de “motel ao ar livre” na Praia da Galheta. Conhecida por ser um ambiente de nudismo em meio à natureza, a prática, na verdade, é proibida no local desde 2016. Entretanto, moradores e surfistas têm denunciado que algumas pessoas seguem ficando nuas na praia e, inclusive, fazem sexo e se masturbam explicitamente na trilha que leva à faixa de areia.

Por isso, a prefeitura promove o evento “Trilha Segura” neste sábado (22), a partir das 8h30. Um dos objetivos da ação é fiscalizar irregularidades cometidas na trilha da Galheta.

Evento irá ocorrer na Praia da Galheta após recebimento de denúncias de ilegalidades ao longo da trilha e da faixa de areia do local - Foto: Divulgação/ND

Ação irá ocorrer na Praia da Galheta após recebimento de denúncias de ilegalidades ao longo da trilha e da faixa de areia do local – Foto: Divulgação/ND

Em entrevista ao ND Mais, a vice-prefeita e secretária de Segurança Pública de Florianópolis, Maryanne Mattos (PL), manifestou que irá ampliar a fiscalização na Praia da Galheta para torná-la mais segura ao público que não deseja presenciar “peladões” no local.

No cargo desde o dia 8 de janeiro, Maryanne diz que a secretaria tem recebido diversas denúncias de sexo explícito, assédio e uso indiscriminado de drogas ao longo da trilha, o que tem afastado pessoas que querem conhecer e aproveitar o local. “Muitas pessoas deixam de conhecer [a Galheta] por achar que é inseguro ou que é local de nudismo. Mas não é nada disso”.

Agentes da PM se juntam à Guarda Municipal para fiscalizar

Uma das primeiras ações para ampliar a fiscalização é o “Trilha Segura”, que deverá reunir a comunidade da praia para uma caminhada ao longo da trilha. O evento ainda contará com efetivos da Guarda Municipal e da Polícia Militar de Santa Catarina, que irão ajudar na averiguação de quaisquer ilegalidades no local.

“Vai ter [fiscalização] e, se alguém insistir em praticar nudismo, vai responder o TC [Termo Circunstanciado]. Se acontecer alguma coisa de desacato, a pessoa vai ser encaminhada à delegacia” — Maryanne Mattos, vice-prefeita e secretária de Segurança Pública de Florianópolis

A própria secretária Maryanne estará presente no local, a partir das 8h30, mas quem quiser participar pode chegar a qualquer momento. “A trilha vai durar o dia todo”, esclarece. O início será no acesso à trilha da Galheta pelo estacionamento da Praia Mole.

“Estamos fazendo uma força-tarefa conjunta e integrada entre as forças de segurança para trazer a Galheta de volta ao público, para que o pessoal que frequente tenha mais segurança”, explica a secretária.

Na Praia da Galheta, há placas alertando sobre a proibição do nudismo - Foto: SMSOP/Reprodução/ND

Na Praia da Galheta, há placas alertando sobre a proibição do nudismo – Foto: SMSOP/Reprodução/ND

Naturismo e/ou nudismo é ilegal na Praia da Galheta desde 2016

O naturismo na Praia da Galheta é praticado desde a década de 1980, passando a ser permitido por lei em 1997. Mas, em 2016, a lei municipal nº 10.100/2016, sancionada pelo então prefeito César Souza Júnior (PSD), revogou a permissão da lei anterior e tornou o espaço uma UC (Unidade de Conservação).

A Galheta é referência internacional no turismo, atraindo diversas pessoas que têm curiosidade na prática de nudismo. Entretanto, o local também é palco de violência, assédios sexuais e homofobia, fazendo reacender o debate sobre o naturismo na praia.

“A nossa preocupação não é com o naturismo em si, mas com todas essas práticas que vêm acontecendo. A questão [de fiscalizar] o naturismo é porque na lei não é permitido, então não podemos deixar que façam algo ilegal”, diz Maryanne.

Ao longo da Praia da Galheta, é possível encontrar camisinhas usadas - Foto: Reprodução/ND

Ao longo da Praia da Galheta, é possível encontrar camisinhas usadas – Foto: Reprodução/ND

Sexo ao ar livre, masturbação explícita e drogas: as reclamações de moradores sobre atos na Praia da Galheta

A SMSOP (Secretaria Municipal de Segurança e Ordem Pública) também recebeu de moradores e frequentadores da Galheta um relatório com uma proposta de gestão compartilhada da UC. Entre os problemas apontados como justificativa, estão os flagrantes e registros de sexo explícito e uso de drogas, tanto na trilha quanto na própria faixa de areia da praia.

“E a gente não precisa nem flagrar, porque chega na trilha e dá para ver esses espaços, pequenas moitas assim um pouquinho abertas, mas com com a vegetação mais fechada. As pessoas jogam muito lixo ali, uma grande quantidade de camisinhas, de drogas, de seringas. Então é possível mapear esses espaços pelos lixos que eles deixam”, expõe a secretária.

Maryanne revela que as denúncias recebidas pela pasta não são apenas de sexo e drogas, mas também de violências. “A gente recebe muitas denúncias de assédio e violência sexual”. Por esse motivo, a SMSOP prefere manter a proibição do nudismo no local.

Masturbadores já foram flagrados na faixa de areia da Praia da Galheta - Reprodução/ND

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Masturbadores já foram flagrados na faixa de areia da Praia da Galheta – Reprodução/ND

Flagrante de sexo na trilha da Praia da Galheta - Reprodução/ND

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Flagrante de sexo na trilha da Praia da Galheta – Reprodução/ND

Ao longo da Praia da Galheta, é possível encontrar camisinhas usadas - Reprodução/ND

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Ao longo da Praia da Galheta, é possível encontrar camisinhas usadas – Reprodução/ND

Na Praia da Galheta, há placas alertando sobre a proibição do nudismo - SMSOP/Reprodução/ND

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Na Praia da Galheta, há placas alertando sobre a proibição do nudismo – SMSOP/Reprodução/ND

O relatório é assinado pelas seguintes instituições:

IMMA (Instituto Multidisciplinar de Meio Ambiente e Arqueoastronomia); APRL (Associação de Pescadores do Retiro da Lagoa); Associação de Proteção Socioambiental EYWA; Associação Oscip Aragua; APG (Associação de Pescadores da Galheta); Amorela (Associação dos Moradores do Retiro da Lagoa); Associação Esportiva e Cultural Verde Futuro da Praia Mole; Amolagoa (Associação de Moradores da Lagoa da Conceição); Conselho Comunitário da Barra da Lagoa; Instituto Çarakura; além de guarda-vidas da Praia Mole e Galheta e moradores e trabalhadores da região.

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