Médico é condenado por lesão corporal após usar PMMA e causar doença incurável em paciente

Um médico foi condenado a pagar indenização de R$ 16 mil por danos morais a uma paciente no Distrito Feral, após aplicar PMMA (Polimetilmetacrilato) nela de forma indevida, o que provocou o surgimento de uma doença incurável.

Pedaços minúsculos e quadrados de plástico transparente amontoados em cima de superfície preta

Material sintético é utilizado em procedimentos como preenchedor – Foto: Reprodução/ND

A decisão da 1ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Águas Claras, que ainda cabe recurso, também condenou o médico a dois anos e três meses de reclusão em regime aberto pelo crime de lesão corporal. As informações são do R7.

O júri decidiu a quantia de R$ 16 mil com base no preço do procedimento pago ao médico, além dos gastos com sessões para tratar as lesões no rosto da vítima e consultas.

Profissional que fez aplicação é pós-graduado em estética

Segundo a denúncia, o médico teria aplicado doses excessivas de PMMA em regiões inadequadas do corpo da paciente. Em setembro de 2015, depois da realização do procedimento, a mulher teve uma trombose venosa profunda e chegou a ser internada.

O documento cita ainda que o quadro da vítima evoluiu para um tromboembolismo pulmonar, o que provocou o surgimento de uma doença incurável que desencadeia alergias e problemas respiratórios.

O acusado é formado em medicina e com pós-graduação em medicina estética – Foto: Freepik/Reprodução/ND

O registro feito pelo juiz na sentença afirma que o acusado é formado em medicina, devidamente inscrito no CRM-DF (Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal) e com pós-graduação em medicina estética.

“Com tais predicados, conquanto tenha feito uso de substância autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é certo que o réu tinha, como de fato ainda tem, conhecimento da necessidade de observância das recomendações para aplicação do PMMA no corpo humano”, pontuou o magistrado.

O que é PMMA?

O PMMA (Polimetilmetacrilato) é empregado na fabricação de próteses dentárias, dentaduras e restaurações dentárias.

O polímero sintético também é utilizado na fabricação de faróis de automóveis, lanternas traseiras e outras peças de plástico devido à sua transparência e resistência a impactos.

Desde o início dos anos 2000, os médicos deixaram de usar o PMMA para procedimentos estéticos por conta do efeito permanente e a tendência de adesão à pele, músculos e ossos.

Foto de mulher branca usando camiseta branca. Ela tem cabelos lisos longos e pretos e está dentro de um carro usando óculos escuros

A modelo Aline Ferreira, de 33 anos, morreu no Distrito Federal após complicações por conta de um procedimento – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

No dia 2 de julho, a modelo Aline Ferreira, de 33 anos, morreu no Distrito Federal após complicações por conta de um procedimento para aumentar os glúteos à base de PMMA, feito em uma clínica estética em Goiânia.

Conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a remoção do PMMA, sem causar danos a essas estruturas, é extremamente desafiadora em casos de processo inflamatório ou insatisfação do paciente com os resultados.

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