Entrevista: Presidente da FCB avalia momento do basquete no estado e projeta futuro do esporte

“Experiência gratificante”, desta maneira Fábio Pamplona Deschamps, presidente da Federação Catarinense de Basquete definiu a participação do Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024. O mandatário concedeu entrevista exclusiva com a reportagem do Grupo ND, onde avaliou o momento do esporte no estado e projetou o futuro da modalidade em solo catarinense.

Após marcar presença no maior evento esportivo do mundo representando a Federação Catarinense, Fábio destacou a atuação da seleção brasileira que foi eliminada para o ‘Dream Team’ dos Estados Unidos.

Além disso, entre os assuntos abordados, o presidente avaliou o momento do esporte em solo catarinense, as dificuldades e desafios do basquete em Santa Catarina e projetou o futuro.

Confira a entrevista na íntegra:

ND: Como foi a experiência de enfrentar a seleção norte-americana nas Olimpíadas?

Fábio Deschamps: A experiência foi gratificante. Quando você enfrenta a seleção americana você fica honrado por se tratar de ícones do esporte, a experiência sempre é marcante. Para se ter uma noção, a maioria dos que estavam em quadra são considerados ídolos dos nossos jogadores, então você enfrentar os melhores e aqueles que, como eles mesmo brincaram ‘só víamos no videogame’ sem dúvidas nenhuma é muito gratificante.

ND: O senhor acha que é utópico pensar que o Brasil pode chegar a ser uma potência olímpica?

Fábio Deschamps: Nosso país tem um potencial gigantesco, o que falta hoje é o desenvolvimento dos talentos brutos que nós temos aqui. Nós temos poucos praticantes do esporte pelo tamanho do Brasil, então você vê países menores do que o nosso, sendo potencias esportivas. É indispensável que o esporte seja inserido cada vez mais cedo na vida da população, o Brasil tem muita gente, então eu creio que com um maior incentivo pro esporte nas escolas e faculdades, logo logo o nosso país se torne uma potência sim.

ND: Falando do basquete especificamente, você entende que falta um investimento maior na base?

Fábio Deschamps: Falta sim. Aqui no estado nós temos muita base, falando especificamente de Santa Catarina. Nós temos aqui dos cinco anos até o adulto e a gente ainda apoia o basquete master. Como falei anteriormente, precisamos ter mais praticantes do esporte e para isso é necessário modificar toda a cadeia, você tem que ter mais gente trabalhando com esporte, mais técnicos, professores, educação física de qualidade nas escolas, é necessário todo um desenvolvimento maior do esporte que passa principalmente pela base, onde são descobertos os talentos.

ND: Falando aqui do estado, temos o Campeonato Catarinense feminino com cinco clubes atualmente e o masculino com nove, é possível fazer um campeonato com mais equipes?

Fábio Deschamps: Se a gente falar de basquete no Brasil nós somos a segunda potência hoje no número de praticantes perdendo apenas para São Paulo, que é o grande estado do país, agora, a gente não fica devendo para ninguém com relação a qualidade. O que acontece é justamente aquilo que falei anteriormente, você carece de mais atletas, mais técnicos e necessita de um maior investimento consequentemente. Aqui na federação nós identificamos que estavam faltando novos profissionais, até criamos o Instituto Basquete Brasil, em parceria com a Confederação Brasileira para que possamos descobrir novos talentos também fora das quadras.

ND: Presidente, o que se projeta para Santa Catarina ainda em 2024 e também já projetando o ano seguinte?

Fábio Deschamps: Temos uma perspectiva muito grande. Primeiro que nós trouxemos este ano, com enorme satisfação, o treinamento da seleção masculina adulta antes de Riga (pré olímpico), portanto entendemos que demos sorte para a seleção pela classificação para as Olimpíadas. A seleção feminina também esteve recentemente por aqui, é muito importante para nós termos esta troca, com os melhores treinando aqui e termos a chance de que nossos técnicos, nossos atletas tenham a experiência de entender como funciona o trabalho de mais alto nível no esporte. Em Santa Catarina a gente tem uma perspectiva muito grande de crescimento porque nós chegamos ao recorde de inscrições no nosso campeonato estadual sub-15 e isso é um reflexo de um trabalho de anos, então você está chegando cada vez mais longe.